Fui um bom aluno. Minha vida escolar transcorreu sem maiores problemas, exceto por uma fase de rebeldia ao final do primeiro grau, mas sem conseqüências no meu desempenho ou notas. Meus pais sempre receberam o boletim que esperavam. Na escola, comecei a fazer algumas apresentações musicais em intervalos de aula ou em eventos, tocando e cantando. O ano era 1990.

Percebi a oportunidade de iniciar um trabalho com o que eu mais gostava, com música. Em 1991 meus avós Ivo e Zulmira patrocinaram a gravação, em estúdio, de algumas canções que mostravam minhas habilidades e gostos. Levei esse material aos bares de Uberlândia, mostrei meu trabalho e, assim, iniciei a minha "carreira solo", tocando e cantando na noite, para pessoas de 15 a 60 anos. Era delicioso tocar Pink Floyd, Barão Vermelho e Titãs para a galera jovem na sexta-feira e, sábado, tocar Phil Collins, Elton John e Supertramp para os adultos. Meu pai, que jamais aceitaria a música tomando o lugar dos estudos foi, ironicamente, um dos meus maiores incentivadores, dando o meu primeiro teclado profissional e falando, com orgulho, do filho que tocava piano. Ainda assim, em 1992, entrei para a faculdade de ciências econômicas, dei um ano de aulas de redação para um colégio de segundo grau... e continuei tocando em bares e eventos, de coquetéis de inauguração a festas de faculdade, de Roberto Carlos a Van Hallen.

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